Como recuperar o controle intestinal
A falta do controle fecal é uma condição mais comum do que imaginamos ! Procure um especialista !
A perda do controle esfincteriano é uma condição conhecida por incontinência fecal, e atinge de 1,4 a 18% da população geral, principalmente mulheres com historia de partos vaginais, na pós-menopausa e indivíduos idosos. A condição provavelmente é mais frequente do que imaginamos, uma vez que o individuo acometido, muitas vezes esconde o problema do médico, por vergonha e embaraço. Um recente levantamento realizado pela internet nos Estados Unidos entre mulheres jovens, donas de casa, revelou uma incidência de incontinência em 20% das 6000 mulheres que responderam ao questionário. Interessante que a grande parte destas mulheres nunca tinham procurado auxilio médico.
A Sociedade Brasileira de Coloproctologia, através de seus membros atuantes em todo o Brasil, vem buscando informar a comunidade médica e a sociedade como um todo, da importância de se prevenir doenças e afecções, como a incontinência anal.
As causas de incontinência fecal são varias, mas principalmente a lesão neuro-muscular causada pelo trauma aos músculos que compõem o esfincter anal. O trauma pode ter origem num parto vaginal, em uma cirurgia para hemorroidas, fistulas, fissuras ou tumores da região anorretal. Doenças congênitas que afetam a musculatura do ânus, como o ânus imperfurado e distúrbios neurológicos como a doença de Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla, derrames cerebrais e até mesmo o diabetes podem contribuir para a perda do controle fecal.
A condição entretanto , não é hereditária ! Membros de uma mesma família não correm risco de perpetuar o problema!
A incontinência pode ser definida como a perda do controle de gases ou fezes, por mais de um mês em indivíduos acima de 4 anos, onde ja observamos o controle esfincteriano.
A nossa continência é mantida por complexos mecanismos, que envolvem diferentes fatores, como a integridade da inervação e musculatura do canal anal, a motilidade intestinal, a consistência das fezes, o tempo do transito intestinal. O funcionamento adequado de todos estes mecanismos mantem a nossa continência.
Há casos, onde a perda da percepção do conteúdo retal, faz com que o paciente acumule fezes na ampola retal, gerando uma perda involuntária de um residuo que mancha as vestes e causa também assaduras. O adequado funcionamento intestinal, através de uma alimentação balanceada, com verduras, frutas e fibras em geral, promove uma evacuação mais frequente e assim, pode evitar este quadro de retenção fecal e escapes involuntários.
Na avaliação dos pacientes, procuramos identificar através da historia clinica os fatores que possam estar envolvidos na genese da incontinência, aplicando também um minucioso exame físico e alguns métodos de investigação mais específicos, que já são disponíveis em nosso meio, entre eles, a manometria anorretal e a ultrassonografia do canal anal.
A utilização judiciosa destes métodos é capaz de auxiliar o diagnostico e assim, possibilitar a escolha do melhor tratamento.
Para os casos mais simples, costumamos empregar medicações que ajudem a formar o bolo fecal, como as fibras e medicações constipantes. Podemos também contar com uma especie de fisioterapia dos músculos do assoalho pélvico, conhecida como Biofeedback anal. Estas medidas iniciais, são eficazes em cerca de 70% dos casos.
Para os pacientes com sintomas mais graves, existem varias opções minimamente invasivas e diferentes técnicas cirúrgicas.
Entre estas, a opção mais promissora, tem sido a colocação de um marcapasso sacral, aparelho implantado na região glútea, que estimula diretamente as raízes sacras, que são nervos que inervam todas as estruturas da pelve, incluindo a bexiga, o reto e o canal anal.
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