Novidades no Tratamento da Incontinência Anal
A incontinência anal é uma condição mais comum do que se imagina. Sua prevalência na população geral chega a 7%, mas acredita-se que o número de pessoas portadoras seja maior do que os relatados na literatura, uma vez que muitos pacientes sentem vergonha de procurar o médico.
A incontinência não é uma doença e sim uma condição provocada por diferentes mecanismos. Entre eles, o mais importante é a lesão da musculatura anal, também conhecida como esfíncter anal, que é composto por três músculos responsáveis pela abertura e fechamento do ânus e do canal anal.
As lesões do esfíncter anal podem ser provocadas por rupturas na hora do parto, cirurgias na região ano-retal ou traumatismos por acidentes variados. O parto vaginal prolongado, quando o bebê pesa mais e 3.5 Kg, pode também causar incontinência decorrente da lesão do nervo pudendo por estiramento excessivo durante a passagem do bebê pelo canal vaginal. A lesão obstétrica então, através da ruptura muscular ou lesão da inervação pudenda, constitui uma importante causa de incontinência anal em mulheres, principalmente após os 60 anos.
Como tratar
Quando há uma lesão ou ruptura isolada dos músculos esfincterianos, pode-se corrigir o “defeito” por meio de uma plicatura ou costura do mesmo. Existem várias técnicas cirúrgicas disponíveis, mas os resultados no longo prazo deixam a desejar, já que diferentes fatores como a inervação, o ritmo do intestino, a consistência das fezes e alterações decorrentes do envelhecimento, podem influenciar de forma contrária.
Avanços no tratamento
A tendência nos últimos anos é a realização de procedimentos minimamente invasivos ou não cirúrgicos, entre estes a injeção de substâncias de preenchimento no canal anal. Entre os vários agentes disponíveis estão o PTQ ou silicone, substância que é injetada em três pontos do canal anal. A anestesia é local e o procedimento realizado em regime ambulatorial. O tratamento é, portanto, simples e pouco invasivo, e tem proporcionado uma melhora significativa da qualidade de vida dos pacientes. As diferentes séries da literatura têm demonstrado um sucesso em torno de 80% dos casos.
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